top of page

Tratamento do TDAH: O Impacto Silencioso no Sistema Cardiovascular

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 9 de abr.
  • 3 min de leitura

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição que dificulta a concentração e o controle da impulsividade. É comum em crianças, mas também pode continuar na vida adulta. O tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos, que ajudam a melhorar o foco e a reduzir a hiperatividade. Porém, esses remédios podem afetar o coração e a pressão arterial, por isso é importante fazer acompanhamento médico regular.


O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica comum que geralmente se manifesta na infância, mas pode persistir até a vida adulta. Caracteriza-se por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, que podem afetar significativamente o desempenho escolar, as relações sociais e a vida profissional. 


Embora a causa exata do TDAH ainda não seja totalmente compreendida, acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenhem um papel importante. O tratamento frequentemente envolve uma combinação de intervenções comportamentais e farmacológicas, sendo que os medicamentos estimulantes são a abordagem mais utilizada. 


No entanto, a segurança a longo prazo desses tratamentos, especialmente em relação aos efeitos cardiovasculares, continua sendo uma área de preocupação e investigação. 

Medicamentos para tratar o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são bastante usados, mas ainda existem preocupações sobre possíveis efeitos no coração e na circulação sanguínea (como aumento da pressão arterial e alterações no ritmo cardíaco). Este estudo teve como objetivo entender melhor como esses remédios afetam esses parâmetros em crianças, adolescentes e adultos.


Os pesquisadores revisaram um grande número de estudos já realizados, foram analisados 102 ensaios clínicos envolvendo mais de 22 mil pessoas (tanto crianças e adolescentes quanto adultos). Eles buscaram informações em bancos de dados médicos até janeiro de 2024.


Os medicamentos estudados incluíram vários usados para TDAH, como anfetaminas, atomoxetina, bupropiona, metilfenidato, lisdexanfetamina, entre outros, comparando-os também com placebo (um "remédio de mentira”). 

Os principais aspectos que eles observaram foram:


  • Mudanças na pressão arterial sistólica (o número mais alto da pressão)


  • Mudanças na pressão arterial diastólica (o número mais baixo)


  • Mudanças na frequência do pulso (batimentos cardíacos por minuto)


Esses dados foram reunidos usando métodos estatísticos que permitem comparar vários medicamentos entre si, mesmo quando os estudos originais eram diferentes.


Em geral, alguns medicamentos como anfetaminas, atomoxetina, lisdexanfetamina, metilfenidato e viloxazina causaram pequenos aumentos na pressão arterial e na frequência do pulso em crianças, adolescentes e adultos.


Por exemplo, em crianças e adolescentes, a pressão arterial sistólica aumentou de 1 a 2 mmHg em média, e a  pressão diastólica aumentou cerca de 2 mmHg. O pulso aumentou entre 3 e 6 batimentos por minuto dependendo do medicamento.

Em adultos, os aumentos também foram pequenos, mas variaram um pouco mais de acordo com o remédio. O medicamento guanfacina foi o único que reduziu a pressão arterial e o pulso, tanto em crianças quanto em adultos.


A maioria dos estudos acompanhou os pacientes por pouco tempo (em média 7 semanas), e quase não existem dados sobre efeitos a médio e longo prazo. Todos os medicamentos para TDAH, e não apenas os estimulantes tradicionais, podem ter algum efeito sobre o coração e a pressão arterial.


Médicos devem monitorar regularmente a pressão arterial e o pulso dos pacientes que fazem uso dessas medicações. Mais pesquisas são necessárias para entender os efeitos desses medicamentos quando usados por muitos meses ou anos, já que o que sabemos hoje é baseado em estudos de curta duração.



LEIA MAIS:


Comparative cardiovascular safety of medications for attention-deficit hyperactivity disorder in children, adolescents, and adults: a systematic review and network meta-analysis

Luis C Farhat,  Alice Lannes, Cinzia Del Giovane, Valeria Parlatini,  Miguel Garcia-Argibay,  Edoardo G Ostinelli, Anneka Tomlison, Zheng Chang, Henrik Larsson, Cristiano Fava, 

François Montastruc,Andrea Cipriani, Alexis Revet,  and Samuele Cortese

Lancet Psychiatry, April 06, 2025

DOI: 10.1016/S2215-0366(25)00062-8



Comments


© 2020-2025 by Lidiane Garcia

bottom of page