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Sono em Perigo: O Impacto do Trabalho no Seu Descanso


Esse estudo aponta para a necessidade de considerar o sono como um fenômeno multidimensional e dinâmico, que pode variar significativamente entre indivíduos com base em suas condições de trabalho. Além disso, os resultados sugerem possíveis intervenções no design do trabalho, como promover pausas ativas para trabalhadores sedentários ou adaptar os horários de trabalho para melhorar a qualidade do sono dos funcionários.


O sono saudável é fundamental para o bem-estar e a produtividade no trabalho, mas muitos trabalhadores enfrentam desafios para manter uma boa qualidade de sono. 


Estudos mostram que há uma relação significativa entre insônia e o ambiente de trabalho. Fatores como trabalho sedentário, horários de trabalho irregulares ou turnos noturnos podem contribuir para o desenvolvimento ou agravamento de insônia. 


A falta de atividade física durante o dia e a desregulação do ciclo sono-vigília causada por horários atípicos podem dificultar a capacidade de adormecer e manter um sono contínuo. 


Além disso, o estresse relacionado ao trabalho e o uso excessivo de tecnologia também podem interferir na qualidade do sono, levando a uma sensação de cansaço constante e redução na produtividade. Portanto, o ambiente de trabalho desempenha um papel crucial na saúde do sono dos funcionários.


Este estudo investiga como mudanças tecnológicas no ambiente de trabalho, como o uso constante de computadores, a natureza sedentária de muitos empregos e horários de trabalho não convencionais, podem influenciar negativamente a saúde do sono a longo prazo. 

Utilizando dados do estudo "Midlife in the United States" (MIDUS), que acompanhou trabalhadores em tempo integral (1.297 participantes) ao longo de aproximadamente 10 anos, o estudo examina diversas dimensões do sono, incluindo duração, regularidade, tempo para adormecer, sintomas de insônia, frequência de cochilos e cansaço durante o dia.


A pesquisa utilizou uma técnica chamada análise de transição latente para identificar três padrões principais de saúde do sono entre os participantes ao longo do tempo: 


1- bons dormidores, que mantêm uma qualidade de sono consistente; 


2- dormidores de recuperação, que compensam a falta de sono com cochilos ou dormem mais em dias de folga; 


3- dormidores de insônia, que enfrentam dificuldades persistentes para dormir e sintomas de insônia.


Os resultados mostram que o trabalho sedentário está associado ao fenótipo dos dormidores com insônia, enquanto horários de trabalho não tradicionais, como turnos noturnos ou horários irregulares, estão ligados ao fenótipo dos dormidores de recuperação. 

Isso sugere que a maneira como o trabalho é projetado pode ter um impacto direto na saúde do sono dos funcionários.


Essas descobertas não só desafiam suposições de modelos tradicionais de design de trabalho, mas também oferecem insights sobre como a saúde do sono pode ser melhor compreendida e abordada nas ciências organizacionais. 


Elas apontam para a necessidade de considerar o sono como um fenômeno multidimensional e dinâmico, que pode variar significativamente entre indivíduos com base em suas condições de trabalho.


Além disso, os resultados sugerem possíveis intervenções no design do trabalho, como promover pausas ativas para trabalhadores sedentários ou adaptar os horários de trabalho para melhorar a qualidade do sono dos funcionários.

 


LEIA MAIS:


Designing work for healthy sleep: A multidimensional, latent transition approach to employee sleep health.

Smith CE, Lee S, Allen TD, Wallace ML, Andel R, Buxton OM, Patel SR, & Almeida DM 

Journal of Occupational Health Psychology, 29(6), 409–430. 


Abstract:


Healthy sleep is essential to employee well-being and productivity, but many modern workers do not obtain adequate sleep. Are technology-related changes to job design (i.e., computer use, sedentary work, nontraditional work schedules) related to long-term worsening of employee sleep health? The present study seeks to address this question using nationally representative data from the Midlife in the United States study, which includes detailed information on sleep duration, regularity, sleep onset latency, insomnia symptoms, napping, and daytime tiredness from full-time workers (N = 1,297) at two time points separated by approximately 10 years. Using latent transition analysis to consider how these sleep health dimensions co-occur, we identify three multidimensional sleep health phenotypes at both time points: good sleepers, catch-up sleepers, and insomnia sleepers. Sedentary work is linked to the insomnia sleeper phenotype. Nontraditional work schedules are linked to the catch-up sleeper phenotype. These findings test assumptions of modern models of job design regarding the impact of technology on employee sleep health and advance measurement of sleep health in the organizational sciences to be multidimensional and dynamic. Further, results point to specific sleep needs in the working adult population and identify potential points of intervention via job design.

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