top of page

Sintomas Mais Severos de TDAH Estão Associados a Baixos Niveis de Ômega-3

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 18 de nov.
  • 4 min de leitura
ree

Este estudo examinou a relação entre o consumo de ômega-3 e os sintomas de TDAH em adolescentes. Os resultados mostraram que crianças com TDAH consomem menos ômega-3 do que outras crianças e que níveis mais baixos estão associados a sintomas mais graves, principalmente hiperatividade e impulsividade. Questões socioeconômicas também influenciaram o padrão alimentar. O estudo sugere que intervenções nutricionais podem ajudar no manejo do TDAH.


O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma das condições do neurodesenvolvimento mais conhecidas. Ele se caracteriza por dificuldades com atenção, impulsividade e níveis elevados de energia. 


O TDAH costuma ser identificado ainda na infância, geralmente antes dos 12 anos, e afeta entre 5% e 7% das crianças. Essas dificuldades podem impactar o convívio social, o comportamento e o desempenho escolar. 


Embora muitas pessoas acreditem que o TDAH desapareça com o tempo, pesquisas mostram que ele pode continuar na adolescência e na vida adulta, influenciando carreira, relacionamentos e qualidade de vida. 


ree

Nos últimos anos, tem crescido o interesse em fatores não medicamentosos que podem ajudar no tratamento do TDAH, especialmente na área da nutrição. Entre esses fatores, os ácidos graxos ômega-3 têm recebido destaque. 


Esse tipo de gordura é essencial para o cérebro, porque participa de processos como crescimento neuronal, comunicação entre neurônios e funcionamento cognitivo. Como o corpo humano não produz ômega-3 sozinho, ele precisa ser obtido por meio da alimentação, por exemplo, com peixe, sementes, óleos vegetais, ou suplementos nutricionais.


Pesquisas mostram que pessoas com TDAH podem ter níveis mais baixos de ômega-3 no organismo. Alguns estudos descobriram que crianças com TDAH consomem menos alimentos ricos nesse nutriente e apresentam valores menores no sangue quando comparadas a outras crianças. 


ree

Ensaios clínicos também sugerem que aumentar o consumo de ômega-3 pode ajudar a melhorar sintomas como impulsividade, dificuldades de atenção e comportamento agitado.


Com base nessas descobertas, este estudo investigou a possível relação entre a ingestão de ômega-3 na alimentação e a intensidade dos sintomas de TDAH em adolescentes palestinos entre 10 e 12 anos. Além de analisar essa relação, os pesquisadores consideraram fatores como idade, sexo e condições socioeconômicas, pois esses elementos podem influenciar tanto a alimentação quanto o desenvolvimento infantil.


A principal hipótese do estudo era que adolescentes que consumiam mais alimentos ricos em ômega-3 teriam sintomas mais leves de TDAH, especialmente os ligados à hiperatividade e impulsividade.


O estudo foi realizado com 211 adolescentes, 38 com diagnóstico de TDAH e 173 sem o transtorno. Os pais responderam a um questionário especialmente adaptado para medir a frequência de consumo de alimentos ricos em ômega-3. Também foram coletadas informações sobre nível de escolaridade dos pais, renda familiar e ocupação.


ree

Os resultados mostraram que os adolescentes com TDAH consumiam significativamente menos ômega-3 do que aqueles sem o diagnóstico. Entre os participantes com TDAH, o grupo com  sintomas hiperativos e impulsivos consumia ainda menos do que os outros subgrupos.


A análise estatística revelou que, para cada aumento de unidade na ingestão de ômega-3, havia uma redução estimada de 45% nos sintomas hiperativos/impulsivos.


O estudo também mostrou que fatores socioeconômicos influenciam a alimentação. Crianças cujos pais tinham maior escolaridade, renda mais alta ou trabalho estável apresentavam maior ingestão de ômega-3.


Em conclusão, o estudo mostra uma ligação entre baixo consumo de ômega-3 e sintomas mais severos de TDAH. Além disso, reforça que desigualdades socioeconômicas podem agravar deficiências nutricionais e, consequentemente, impactar o neurodesenvolvimento e a saúde mental de crianças. 


Programas escolares de alimentação, educação nutricional e políticas públicas de acesso a alimentos saudáveis podem ajudar a reduzir esses riscos, especialmente em regiões afetadas por conflitos ou com recursos limitados.



LEIA MAIS:


Association between omega-3 fatty acid intake and ADHD symptoms among early adolescents aged 10–12 years: a cross-sectional study in Palestine

Safaa Muhanna , Hala Jaradat , Nadeen Toukhli and Omar H. Almahmoud  

International Journal of Adolescent Medicine and Health, October 24, 2025


Abstract:


Deficits in omega-3 fatty acids, particularly eicosapentaenoic acid (EPA) and docosahexaenoic acid (DHA), have been implicated in attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD). These fatty acids are essential for neurodevelopment and cognitive functioning during childhood and early adolescence. The purpose of this study was to examine the association between ADHD symptoms and dietary omega-3 intake among Palestinian early adolescents aged 10–12 years, with particular attention to socioeconomic determinants. A cross-sectional study was conducted with 211 participants (38 with ADHD, 173 without ADHD). Parents completed a culturally adapted Food Frequency Questionnaire (FFQ) to estimate intake of omega-3–rich foods (e.g., fish, nuts, seeds). ADHD symptoms were assessed by subtype, and socioeconomic factors were recorded. Group differences were tested, and logistic regression evaluated associations between omega-3 intake and ADHD symptoms. Children with ADHD reported significantly lower omega-3 intake (mean=0.60 ± 0.68) than their peers without ADHD (mean=0.89 ± 0.72; p<0.001). The hyperactive/impulsive subtype had the lowest intake (mean=0.42 ± 0.62). Logistic regression indicated that each unit increase in omega-3 intake was associated with a 45 % reduction in hyperactive/impulsive symptoms (OR=0.55, p=0.03). Adolescents’ age, gender, parental education, parental employment, and family income were significantly associated with children’s omega-3 intake (p<0.05). Lower dietary omega-3 intake is associated with more severe ADHD symptoms, particularly in the hyperactive/impulsive subtype. Socioeconomic disparities further exacerbate nutritional deficiencies, with potential consequences for neurodevelopment and behavioral health. Public health interventions, such as school-based nutrition programs, caregiver education, and subsidies for omega-3-rich foods, may support mental health and cognitive development among children and early adolescents in resource-limited and conflict-affected settings.

 
 
 

Comentários


© 2020-2025 by Lidiane Garcia

bottom of page