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Números Atualizados: Autismo afeta 1 em cada 31 crianças de 8 anos

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 24 de abr.
  • 5 min de leitura

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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do desenvolvimento que afeta a comunicação, o comportamento e a interação social. Nos últimos anos, tem sido identificado mais cedo e em mais crianças, especialmente entre grupos que antes tinham menos acesso ao diagnóstico, como crianças negras e hispânicas. Em 2022, segundo a Rede de Monitoramento do Autismo e Deficiências do Desenvolvimento (ADDM), 1 em cada 31 crianças de 8 anos nos EUA foi diagnosticada com autismo. Identificar o TEA cedo é importante para que a criança receba apoio e tratamento o quanto antes, ajudando no seu desenvolvimento.


O Transtorno do Espectro Autista, conhecido como TEA, é uma condição do desenvolvimento que afeta principalmente a forma como a pessoa se comunica, interage socialmente e se comporta. Quem tem TEA pode apresentar interesses muito específicos, repetir certos comportamentos com frequência e ter dificuldades para se relacionar com outras pessoas. 


Essa condição é muito variada: algumas pessoas precisam de mais apoio no dia a dia, enquanto outras conseguem viver com maior independência. Por isso, os sinais e a gravidade do Transtorno do Espectro Autista podem ser bem diferentes de uma pessoa para outra.


Os médicos recomendam que todas as crianças passem por uma avaliação específica para identificar sinais de autismo aos 18 e aos 24 meses de idade. Isso porque, quanto mais cedo o autismo for identificado, mais rápido a criança pode começar a receber o suporte necessário para se desenvolver melhor.


Em alguns casos, são necessárias avaliações extras, principalmente se a criança tiver risco maior de ter Transtorno do Espectro Autista ou já mostrar comportamentos preocupantes.

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Nos Estados Unidos, existe um programa chamado Rede de Monitoramento do Autismo e Deficiências do Desenvolvimento (ADDM), que acompanha dados sobre autismo desde o ano 2000. Esse programa verifica quantas crianças têm diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista e como isso muda ao longo do tempo. 


Em 2000, estimava-se que 1 em cada 150 crianças tinha TEA. Já em 2020, esse número passou para 1 em cada 36 crianças. No início, o autismo era mais identificado em crianças brancas e em famílias com renda mais alta. Mas nos últimos anos, passou a ser mais comum entre crianças negras, hispânicas e de grupos com menos acesso a recursos.


A Rede de Monitoramento do Autismo e Deficiências do Desenvolvimento também começou a acompanhar crianças mais novas, com 4 anos, para ver se o diagnóstico de autismo tem sido feito mais cedo. 


Apesar de a prevalência ainda ser maior entre crianças de 8 anos, os dados mostram que, entre as crianças mais novas, os diagnósticos estão acontecendo em idades menores do que antes. Isso é positivo, pois mostra que os profissionais de saúde e educação estão conseguindo reconhecer os sinais mais cedo. No entanto, a pandemia da COVID-19 atrapalhou esse progresso em 2020, dificultando o acesso a avaliações durante aquele período.

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Em 2022, a rede de monitoramento expandiu sua atuação e passou a monitorar crianças de 4 e 8 anos em 16 estados e territórios dos EUA. As crianças eram consideradas com Transtorno do Espectro Autista se tivessem um diagnóstico formal, se fossem elegíveis para apoio educacional específico ou se tivessem um código de autismo registrado em seus exames médicos. 


No caso das crianças de 4 anos, aquelas que ainda não tinham um diagnóstico completo, mas apresentavam fortes sinais, foram registradas como casos suspeitos de autismo.


Entre as crianças de 8 anos acompanhadas em 2022, 1 em cada 31 foi identificada com Transtorno do Espectro Autista. Essa proporção variou bastante dependendo do local, indo de 1 em 103 no Texas (Laredo) até 1 em 19 na Califórnia. 

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Os meninos foram diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista muito mais frequentemente que as meninas, em uma proporção de mais de 3 para 1. Além disso, a condição foi mais  identificada em crianças negras, hispânicas, indígenas e asiáticas do que em crianças brancas.


Dessas crianças com Transtorno do Espectro Autista, muitas também apresentavam deficiência intelectual, ou seja, dificuldades cognitivas além das relacionadas ao autismo. Isso foi mais comum entre crianças negras, indígenas e hispânicas. 


A idade média do primeiro diagnóstico foi de 47 meses (quase 4 anos), mas isso também variou bastante: na Califórnia o diagnóstico ocorreu por volta dos 3 anos, enquanto em Laredo, Texas, chegou a quase 6 anos. 


Quando se compararam as crianças nascidas em 2014 com as nascidas em 2018, viu-se que as mais novas (com 4 anos em 2022) estavam sendo diagnosticadas mais cedo do que as mais velhas haviam sido. Em média, houve um aumento de 70% na quantidade de diagnósticos feitos até os 4 anos, o que mostra um avanço importante na detecção precoce. No entanto, a pandemia de COVID-19 causou uma pausa nesse progresso por um tempo.

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Prevalência de transtorno do espectro autista entre crianças de 8 anos, por tipo de identificação e local, Rede de Monitoramento do Autismo e Deficiências do Desenvolvimento, 16 locais, Estados Unidos, 2022. A linha horizontal é a prevalência geral do Autismo e Deficiências do Desenvolvimento de 32,2 por 1.000 crianças de 8 anos. Abreviações: ASD = transtorno do espectro autista; ICD = Classificação Internacional de Doenças.


A maioria das crianças de 8 anos com Transtorno do Espectro Autista tinha feito pelo menos um teste específico para autismo, embora isso também varie bastante de lugar para lugar. Os testes mais usados incluíam métodos como observações detalhadas do comportamento da criança e escalas de avaliação preenchidas por profissionais.


Em resumo, o número de diagnósticos de autismo aumentou, principalmente entre crianças pequenas e entre grupos que antes eram menos diagnosticados. Isso mostra que o sistema está evoluindo, mas também destaca a necessidade de mais planejamento e recursos para garantir que todas as crianças com Transtorno do Espectro Autista recebam apoio de maneira justa e o mais cedo possível. As diferenças entre regiões mostram que ainda há espaço para melhorar a forma como o diagnóstico é feito em cada comunidade.



LEIA MAIS:


Prevalence and Early Identification of Autism Spectrum Disorder Among Children Aged 4 and 8 Years — Autism and Developmental Disabilities Monitoring Network, 16 Sites, United States, 2022. 

Shaw KA, Williams S, Patrick ME, et al.

MMWR Surveill Summ 2025; 74 (No. SS-2): 1–22. 


Abstract


The Autism and Developmental Disabilities Monitoring Network is an active surveillance program that estimates prevalence and characteristics of ASD and monitors timing of ASD identification among children aged 4 and 8 years. In 2022, a total of 16 sites (located in Arizona, Arkansas, California, Georgia, Indiana, Maryland, Minnesota, Missouri, New Jersey, Pennsylvania, Puerto Rico, Tennessee, Texas [two sites: Austin and Laredo], Utah, and Wisconsin) conducted surveillance for ASD among children aged 4 and 8 years and suspected ASD among children aged 4 years. Surveillance included children who lived in the surveillance area at any time during 2022. Children were classified as having ASD if they ever received 1) an ASD diagnostic statement in a comprehensive developmental evaluation, 2) autism special education eligibility, or 3) an ASD International Classification of Diseases, Ninth Revision (ICD-9) code in the 299 range or International Classification of Diseases, Tenth Revision (ICD-10) code of F84.0, F84.3, F84.5, F84.8, or F84.9. Children aged 4 years were classified as having suspected ASD if they did not meet the case definition for ASD but had an evaluator’s suspicion of ASD documented in a comprehensive developmental evaluation. Among children aged 8 years in 2022, ASD prevalence was 32.2 per 1,000 children (one in 31) across the 16 sites, ranging from 9.7 in Texas (Laredo) to 53.1 in California. The overall observed prevalence estimate was similar to estimates calculated using Bayesian hierarchical and random effects models. ASD was 3.4 times as prevalent among boys (49.2) than girls (14.3). Overall, ASD prevalence was lower among non-Hispanic White (White) children (27.7) than among Asian or Pacific Islander (A/PI) (38.2), American Indian or Alaska Native (AI/AN) (37.5), non-Hispanic Black or African American (Black) (36.6), Hispanic or Latino (Hispanic) (33.0), and multiracial children (31.9). No association was observed between ASD prevalence and neighborhood median household income (MHI) at 11 sites; higher ASD prevalence was associated with lower neighborhood MHI at five sites.

 
 
 

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