Nova Vitamina D3 Melhora Linguagem e Comportamento Em Crianças Com Autismo
- Lidi Garcia
- 16 de jul.
- 4 min de leitura

Crianças com autismo muitas vezes têm baixos níveis de vitamina D3, o que pode afetar seu comportamento e desenvolvimento da linguagem. Este estudo mostrou que, ao usar uma nova forma de vitamina D3 em nanoemulsão (mais fácil de absorver), houve melhora no comportamento, nas habilidades sociais e na fala das crianças. Já a forma comum da vitamina não trouxe os mesmos benefícios.
O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição que afeta principalmente a forma como uma criança se comunica, interage socialmente e se adapta ao dia a dia. Muitas dessas crianças também têm dificuldades com habilidades de linguagem (como entender e falar) e com o desenvolvimento motor fino (como escrever ou manusear objetos pequenos).
Além disso, é comum que apresentem comportamentos alimentares muito restritos, o que pode levar a deficiências nutricionais importantes, principalmente a falta de algumas vitaminas, como a vitamina D3.
A vitamina D3, popularmente conhecida por sua ligação com o sol e a saúde dos ossos, também tem um papel fundamental no cérebro, ajudando no desenvolvimento das células cerebrais e protegendo regiões importantes para a memória e a linguagem.

Ela existe em duas formas no nosso corpo: uma mais comum (chamada 25(OH) vitamina D3) e outra mais ativa (1,25(OH)2 vitamina D3), que passa por transformações no fígado e nos rins. O problema é que, mesmo com exposição solar, muitas crianças com TEA continuam apresentando níveis muito baixos dessa vitamina.
Por isso, pesquisadores vêm estudando se a suplementação com vitamina D3 pode ajudar essas crianças, não só com a saúde em geral, mas também com aspectos como linguagem, comportamento e desenvolvimento.
Uma inovação promissora nesse campo é o uso da nanoemulsão, uma tecnologia que transforma a vitamina em partículas minúsculas, facilitando sua absorção pelo corpo. A ideia é que, assim, a vitamina tenha mais efeito do que na forma tradicional (em cápsulas ou gotas).

Este estudo comparou dois grupos de crianças com TEA, totalizando 80 participantes. Um grupo recebeu vitamina D3 na forma de nanoemulsão (que é melhor absorvida) e o outro recebeu a vitamina na forma tradicional. Ambas foram administradas por seis meses.
Os pesquisadores mediram os níveis de vitamina D3 no sangue das crianças antes e depois do tratamento, além de avaliarem suas habilidades sociais, comportamentais e de linguagem.
Os resultados mostraram que o grupo que recebeu a nanoemulsão teve um aumento significativo nos níveis da vitamina no sangue, além de apresentar melhora em vários aspectos: houve redução na gravidade dos sintomas do autismo, melhora no comportamento social e um avanço nas habilidades de linguagem. Já o grupo que recebeu a vitamina da forma tradicional não apresentou as mesmas melhoras.

Comparações dos níveis basais e dos níveis pós-suplementação nos grupos I (A) e II (B) em relação ao desempenho da linguagem.
Importante, a nanoemulsão de vitamina D3 usada em pesquisas clínicas, como a do estudo que mencionamos, geralmente não está amplamente disponível em farmácias comuns da mesma forma que suplementos tradicionais. Porém, aqui está o que você precisa saber: Suplementos comerciais com nanotecnologia já existem, sim.
Algumas marcas oferecem produtos com “nanoemulsões” ou “micelas” de vitamina D3, principalmente em países como os EUA, Canadá e Europa. Em alguns casos, é possível encontrá-los em sites de importação, lojas especializadas ou farmácias de manipulação.
No Brasil, esses produtos são menos comuns, mas algumas farmácias de manipulação podem preparar formulações com tecnologia semelhante (micro ou nanoemulsões) mediante prescrição médica.

Atenção importante, a qualidade, composição e eficácia desses produtos comerciais podem variar muito. Nem todos os que dizem ser “nanoemulsão” têm estudos comprovando os mesmos efeitos do produto usado em pesquisas clínicas.
Muito importante, sempre consulte um(a) pediatra, neurologista ou nutricionista especializado em TEA antes de oferecer qualquer tipo de suplemento à criança, especialmente com autismo, onde a sensibilidade a alimentos e medicamentos pode ser maior.
Em resumo, a vitamina D3 é essencial para o funcionamento do cérebro, e a forma como ela é oferecida às crianças com autismo pode fazer toda a diferença. A nanoemulsão se mostrou mais eficaz do que a forma tradicional, trazendo benefícios reais no comportamento e no desenvolvimento dessas crianças. Esses achados abrem caminho para novas abordagens no tratamento do TEA que envolvem nutrição e tecnologias inovadoras.
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Improved core manifestations of autism following supplementation with vitamin D3-loaded nanoemulsion
Nagwa A. Meguid, Maha Hemimi, Gina Hussein, Ahmed Elnahry, Marwa Hasanein Asfour, Sameh Hosam Abd El-Alim, Ahmed Alaa Kassem, Abeer Salama, Amr Sobhi Gouda, Walaa Samy Nazim, Radwa Ibrahim Ali Hassan, and Neveen Hassan Nashaat
LabMed Discovery. Volume 2, Issue 2, June 2025, 100071
DOI: 10.1016/j.lmd.2025.100071
Abstract:
Children with autism spectrum disorder (ASD) had lower vitamin D3 levels than neurotypical (NT) children, as well as deficits in language, social, and fine motor abilities. Nanotechnology has appeared as a suitable answer to absorption and bioavailability problems related to vitamin D3. This study aims to investigate the influence of vitamin D3-loaded nanoemulsion supplementation on adaptive behavior and language performance in children with ASD compared to the influence of the marketed product of vitamin D3. Supplementation of ASD children with an oral vitamin D3-loaded nanoemulsion was performed in group I while the marketed product of the oral vitamin D3 was used in group II for 6 months. Evaluation of their abilities and measuring the plasma levels of 2 types of vitamin D3 were performed using ultra-performance liquid chromatography before and after supplementation. Supplementation in group I (n = 40) has led to an elevation of levels of 25 (OH) and 1, 25 (OH)2 forms of vitamin D3 (P < 0.000,1), to behavioral improvement in the form of a reduction in ASD severity, and to a rise in the social IQ and total language age of ASD children (P = 0.000,2, 0.04, 0.000,9, respectively). On the other hand, group II (n = 40) did not show adaptive behavioral improvements. The vitamin D3-loaded nanoemulsion provided better vitamin D3 bioavailability and a true influence on severity, adaptive behavior, fine motor abilities, and language performance, reflecting the desired benefits of the rise of vitamin D3 levels in the blood.



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