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Milli-spinner x AVC: Tecnologia Inédita Gira Dentro Das Artérias Removendo Coágulos E Salva Vidas Em Minutos

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 6 de jun.
  • 4 min de leitura

Cientistas de Stanford criaram um novo dispositivo chamado milli-spinner, que funciona como uma microfuradeira para remover coágulos de sangue de forma rápida e segura durante um AVC. Ele é mais eficaz que os métodos atuais e pode dobrar as chances de sucesso, ajudando a salvar vidas com menos riscos e complicações.


Uma nova tecnologia desenvolvida por engenheiros da Universidade de Stanford promete transformar a maneira como coágulos sanguíneos são removidos durante emergências médicas, como o acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. 


Esses coágulos bloqueiam o fluxo de oxigênio no cérebro e precisam ser eliminados o mais rápido possível para evitar danos graves e até a morte. 


O novo dispositivo, apelidado de “milli-spinner”, funciona como uma pequena furadeira que gira rapidamente dentro do vaso sanguíneo, puxando e compactando o coágulo de forma segura e eficiente.


Diferente dos métodos atuais, que tentam sugar ou prender o coágulo, muitas vezes rompendo-o e espalhando fragmentos perigosos para outras partes do corpo, o milli-spinner adota uma estratégia inovadora. 


Ele gira e comprime o coágulo com precisão, “espremendo” os glóbulos vermelhos para fora da malha de proteínas chamada fibrina. Essa malha é o principal componente que dá firmeza ao coágulo. Depois disso, o que sobra é um pequeno “núcleo” de fibrina compactado, que o dispositivo consegue remover com facilidade. 

A imagem mostra como o novo dispositivo milli-spinner atua na remoção de coágulos sanguíneos durante eventos como AVC, infarto e trombose. No início, o coágulo é formado por uma rede frouxa de fibras e glóbulos vermelhos (parte superior direita), semelhante a uma bola de algodão. O milli-spinner gira dentro do vaso sanguíneo, como se fosse uma pequena furadeira, aplicando força para comprimir e compactar o coágulo (meio da imagem). Isso transforma a rede frouxa em uma massa muito mais densa e pequena, que pode ser facilmente removida sem se desfazer em pedaços perigosos. A comparação com as mãos (à direita) mostra a diferença visual entre o coágulo antes e depois da compactação. A última imagem (parte inferior) mostra o dispositivo real em escala reduzida.


Essa técnica demonstrou resultados impressionantes. Em testes realizados, o milli-spinner foi capaz de remover completamente até mesmo os coágulos mais resistentes na primeira tentativa em 90% dos casos, um avanço significativo, considerando que os dispositivos atuais conseguem esse feito em apenas 11% dos casos mais difíceis.  

Milli-spinner em ação


Isso significa mais chances de salvar vidas e menos tempo perdido durante o tratamento de condições graves como AVCs, infartos, embolias pulmonares e tromboses.


A ideia por trás do milli-spinner surgiu por acaso, a partir de estudos com pequenos robôs inspirados em origami que se movimentavam dentro do corpo.


Quando os pesquisadores testaram o movimento de sucção do protótipo em um coágulo, ficaram surpresos ao ver que ele não apenas puxava o sangue, mas também encolhia drasticamente o coágulo, mudando sua cor de vermelho para branco. Essa descoberta levou ao aperfeiçoamento do dispositivo ao longo de centenas de testes.

Os professores de Stanford Jeremy J. Heit e Renee Zhao demonstram a inserção do milli-spinner em um modelo circulatório em tamanho real.


Além de revolucionar o tratamento de coágulos cerebrais, os cientistas acreditam que o milli-spinner  poderá ser usado futuramente para tratar outras condições, como fragmentos de cálculos renais ou obstruções em veias periféricas. 


A equipe responsável já iniciou o processo para que a tecnologia chegue aos hospitais e seja utilizada em pacientes reais. Eles criaram uma empresa licenciada pela Universidade de Stanford para acelerar esse processo de aprovação e uso clínico.

A imagem mostra como os fluxo sanguíneo foi recuperado após a remoção do coágulo pelo milli-spinner em vasos pulmonares (a-c) e cerebrais (d-e).


No futuro, esse pequeno dispositivo pode representar um grande salto na medicina de emergência. Com sua capacidade de agir rapidamente, com precisão e menos riscos de complicações, o milli-spinner tem o potencial de salvar milhões de vidas, oferecendo uma abordagem mais inteligente e eficaz para um dos maiores desafios da medicina: o combate a coágulos perigosos. 


VEJA AQUI:


LEIA MAIS:


Milli-spinner thrombectomy

Yilong Chang, Shuai Wu, Qi Li, Benjamin Pulli, Darren Salmi, Paul Yock, Jeremy J. Heit, and Ruike Renee Zhao 

Nature. 04 June 2025


Abstract:


Clot-induced blockage in arteries or veins can cause severe medical conditions1. Mechanical thrombectomy is a minimally invasive technique used to treat ischaemic stroke, myocardial infarction, pulmonary embolism and peripheral vascular disease2,3,4 by removing clots through aspiration5, stent retriever6 or cutting mechanisms7. However, current mechanical thrombectomy methods fail to remove clots in 10–30% of patients8,9,10, especially in the case of large, fibrin-rich clots11. These methods can also rupture and fragment clots12, causing distal emboli and poor outcomes13. To overcome these challenges, we develop the milli-spinner thrombectomy, which uses a simple yet innovative mechanics concept to modify the clot’s microstructure, facilitating its removal. The milli-spinner works by mechanically densifying the clot’s fibrin network and releasing red blood cells through spinning-induced compression and shear forces. It can shrink the clot volume by 95% for easy and fast removal. In vitro tests in pulmonary and cerebral artery flow models and in vivo experiments in swine models demonstrate that the milli-spinner achieves ultrafast clot debulking and high-fidelity revascularization, outperforming aspiration thrombectomy. The milli-spinner thrombectomy directly modifies the clot microstructure to facilitate clot removal, improving mechanical thrombectomy success rates compared with current methods that rely on clot rupture or cutting. This approach offers a promising new direction for mechanical thrombectomy devices, especially for treating ischaemic stroke, pulmonary embolism and peripheral thrombosis.

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© 2020-2025 by Lidiane Garcia

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