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Escrever à Mão Fortalece o Cérebro Leitor das Crianças

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 9 de mai.
  • 3 min de leitura

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Escrever à mão ajuda muito no aprendizado da leitura, especialmente nas primeiras fases da alfabetização. Isso porque o movimento de escrever ativa partes importantes do cérebro que ajudam a fixar as letras e palavras. Estudos mostram que crianças que aprendem escrevendo à mão entendem melhor e lembram mais do que aquelas que apenas digitam. Por isso, mesmo com o uso de tecnologia, o lápis e o papel continuam sendo fundamentais na educação infantil.


A leitura é uma das habilidades mais importantes que as crianças desenvolvem nos primeiros anos de vida. Ela não só é essencial para o sucesso na escola, mas também influencia o modo como as crianças se comunicam, pensam, se relacionam com os outros e lidam com suas emoções. 


Além disso, quando uma criança aprende a ler bem, ela tende a se sentir mais confiante, com maior autoestima e mais envolvida com os estudos.


Nos últimos anos, as salas de aula têm passado por grandes mudanças com a chegada de tablets e computadores. Muitas escolas estão substituindo o uso tradicional de lápis e papel pela digitação nesses dispositivos. Isso levantou uma dúvida importante entre educadores e pesquisadores: será que usar tecnologia no lugar da escrita manual pode atrapalhar o aprendizado da leitura? 

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Para entender melhor essa questão, é importante saber que aprender a ler envolve duas etapas principais: conhecer as letras e os sons que elas representam (isso se chama conhecimento alfabético) e entender como as letras se combinam para formar palavras (o chamado conhecimento ortográfico). 


As crianças desenvolvem essas habilidades desde cedo, brincando com letras, ouvindo histórias, escrevendo e desenhando.


Estudos mostram que escrever à mão ajuda muito nesse processo, porque exige que a criança preste atenção na forma exata das letras, nos movimentos para escrevê-las e nos sons correspondentes.


Esse tipo de aprendizado, que envolve o corpo (mãos, olhos, movimento), ativa áreas do cérebro importantes para a leitura e facilita a memorização das palavras e das letras. 

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Já quando a criança apenas digita, ela pode não se envolver tanto com a forma das letras, e isso  pode atrapalhar o desenvolvimento dessas habilidades.


Para investigar isso mais a fundo, um estudo recente fez um experimento com 50 crianças que ainda estavam aprendendo a ler. Elas foram divididas em grupos e cada grupo usou um método diferente para aprender letras e palavras: algumas crianças escreveram à mão, outras traçaram letras com a mão, e outras digitaram letras em diferentes estilos (com fontes variadas ou com uma fonte só). Depois disso, os pesquisadores aplicaram testes para ver o quanto cada criança tinha aprendido.

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Os resultados foram claros: as crianças que escreveram à mão (seja copiando ou traçando letras) aprenderam mais e foram mais precisas nos testes do que aquelas que apenas digitaram. 


Isso mostra que a escrita manual realmente ajuda mais no início do aprendizado da leitura. A hipótese é que o ato de escrever, de movimentar a mão, de ver e sentir a forma das letras, faz com que o cérebro fixe melhor o conhecimento necessário para aprender a ler e escrever.


Portanto, embora a tecnologia tenha seu valor na educação, os especialistas alertam que ela não deve substituir totalmente o lápis e o papel, especialmente nas fases iniciais do ensino. 


Incentivar a escrita manual é fundamental para garantir que as crianças desenvolvam bem suas habilidades de leitura. Isso não significa abandonar os tablets, mas sim usá-los de forma equilibrada e consciente, respeitando as etapas naturais do desenvolvimento infantil.



LEIA MAIS:


The impact of handwriting and typing practice in children’s letter and word learning: Implications for literacy development

Gorka Ibaibarriaga, Joana Acha, and Manuel Perea 

Journal of Experimental Child Psychology, Volume 253, May 2025, 106195


Abstract:


Recent research has revealed that the substitution of handwriting practice for typing may hinder the initial steps of reading development. Two hypotheses for the detrimental effect of typing are (a) reduced graphomotor activity and (b) reduced variability in the visual letter forms. However, previous studies were mostly limited to letter learning and primarily employed the visual identification of letters as a learning index. The current experiment investigated the impact of graphomotor action and output variability in letter and word learning using a variety of tasks. A total of 50 prereaders learned nine letters and 16 pseudowords made up of these letters across four learning conditions: copying the letters/words by hand, tracing the letters/words, typing the letters/words on a computer with several fonts, and typing with a single font. Posttest tasks included naming, writing, and visual identification of the trained letters and words. Results showed that children in the handwriting groups (i.e., trained through hand-copying or tracing) achieved higher accuracy across all posttest tasks compared with those in the typing groups. These outcomes illustrate the importance of handwriting experience in learning alphabetic and orthographic representations, favoring the graphomotor hypothesis. Thus, educators should be cautious about replacing pencil and paper with digital devices during the period of children’s reading acquisition.

 
 
 

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