top of page

Autismo Pode Aumentar Risco De Parkinson Precoce, Aponta Nova Pesquisa

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 3 de jun.
  • 3 min de leitura

Autismo e Parkinson podem estar mais conectados do que se pensava. Um estudo mostrou que pessoas com autismo têm mais chances de desenvolver Parkinson, levantando um novo alerta para o cuidado a longo prazo com a saúde cerebral.


O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a forma como a pessoa se comunica, interage socialmente e percebe o mundo. Já a doença de Parkinson é um distúrbio neurológico progressivo que costuma aparecer mais tarde na vida, afetando principalmente os movimentos, mas também podendo impactar o humor e a cognição. 


Embora sejam condições diferentes em idade de início e sintomas, ambas envolvem o funcionamento do cérebro e, nos últimos anos, cientistas têm começado a investigar se há ligações biológicas entre elas. 


A ideia é que certos processos cerebrais alterados no autismo possam, com o tempo, também estar ligados a doenças como o Parkinson.

Pesquisadores vêm investigando se pessoas com TEA correm maior risco de desenvolver outras condições neurológicas ao longo da vida. Um novo e grande estudo realizado na Suécia trouxe informações importantes ao analisar uma possível ligação entre o TEA e a doença de Parkinson (DP), uma condição neurológica que afeta o controle dos movimentos e costuma aparecer na vida adulta.


Neste estudo, os cientistas acompanharam mais de 2,2 milhões de pessoas nascidas entre 1974 e 1999, observando se elas desenvolveriam Parkinson até 2022. Sendo as idades entre 29-42 anos e 1106772 mulheres (48,6%). Entre os participantes, pouco mais de 51 mil tinham diagnóstico de TEA. 


O que eles descobriram foi que, apesar de os casos de Parkinson ainda serem raros em pessoas jovens, aqueles com TEA tiveram mais do que o dobro da taxa de diagnóstico de Parkinson em comparação com pessoas sem TEA (0,05% contra 0,02%).

Mesmo depois de levar em conta outros fatores que poderiam influenciar esse risco, como  depressão, uso de antidepressivos e antipsicóticos, histórico familiar de doenças mentais e nível socioeconômico, a associação entre TEA e Parkinson continuou significativa. 


Isso indica que o autismo pode estar relacionado a um risco maior de desenvolver Parkinson mais tarde na vida. Além disso, os pesquisadores observaram que pessoas com TEA também tinham maior frequência de depressão e uso de medicamentos antidepressivos ou antipsicóticos.  

Esses fatores também estavam ligados a um risco aumentado de Parkinson, mas não explicavam totalmente a ligação com o autismo. Isso sugere que pode haver uma base biológica compartilhada entre o TEA e o Parkinson, algo que ainda está sendo investigado.


Em resumo, este estudo reforça a necessidade de prestar atenção à saúde neurológica a longo prazo de pessoas com TEA. Embora o risco de Parkinson ainda seja baixo na população jovem, entender essas conexões pode ajudar no futuro a prevenir ou tratar melhor essas condições.



LEIA MAIS:


Risk of Parkinson Disease in Individuals With Autism Spectrum Disorder

Weiyao Yin, Abraham Reichenberg, Michal Schnaider Beeri, Stephen Z. Levine, Jonas F. Ludvigsson, Martijn Figee, and Sven Sandin

JAMA Neurol. Published online May 27, 2025. 

doi:10.1001/jamaneurol.2025.1284


Abstract:


Recent research suggests a plausible biological link between autism spectrum disorder (ASD) and Parkinson disease (PD). Nonetheless, large longitudinal studies examining the risk of PD following ASD are lacking. To examine the association between ASD and future PD risk. A nationwide population-based prospective cohort study was performed using data from Swedish national registers. All individuals born in Sweden from 1974 to 1999 with follow-up from age 20 years until December 31, 2022, and with complete covariate data were included. The analysis was completed in August 2024. Diagnoses of ASD as a time-varying exposure obtained from the National Patient Register. Diagnoses of PD were obtained from the National Patient Register through 2022. The relative risk (RR) of PD was quantified using incidence rate ratios with 95% CIs from Poisson regression. Preterm birth, depression, antidepressant use, and antipsychotic exposure over time were potentially modifying life events. The study included 2 278 565 individuals (median [IQR] age at exit, 34 [29-42] years; 1 106 772 female [48.6%]), contributing 33 858 476 person-years. PD occurred in 438 of 2 226 611 individuals without ASD (0.02%; 1.3 cases/100 000 person-years) and 24 of 51 954 individuals with ASD (0.05%; 3.9 cases/100 000 person-years) (RR, 4.43 [95% CI, 2.92-6.72]). The risk estimates were similar after adjusting for sex, socioeconomic status, family history of mental illness, family history of PD, and age at ASD diagnosis. Preterm or early-term birth was not associated with and did not modify the PD risk. Depression and antidepressant use (present in 24 257 individuals with ASD [46.7%]) were associated with increased risk of PD (RR, 2.01 [95% CI, 1.40-2.88]), independent of ASD. Antipsychotic exposure (present in 16 387 individuals with ASD [31.5%]) reduced but did not fully attenuate the association (RR, 2.00 [95% CI, 1.27-3.14]) and showed no interaction with ASD on PD risk. ASD was associated with increased risk of PD, even after adjusting for depression or antidepressant use and antipsychotic exposure. These findings suggest a potential shared etiology between neurodevelopmental disorders and PD, and a heightened awareness of long-term neurological conditions in individuals with ASD may be warranted.

Comentarios


© 2020-2025 by Lidiane Garcia

bottom of page