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Mente Sob Ataque: Dieta Rica Em Gordura Pode Acionar Gatilhos De Ansiedade

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 4 de jul.
  • 3 min de leitura

Um novo estudo em camundongos mostrou que uma dieta rica em gordura pode causar não só obesidade, mas também sintomas de ansiedade. Os cientistas descobriram que isso pode estar ligado a alterações no cérebro e nas bactérias intestinais. A pesquisa sugere que o que comemos pode afetar diretamente nossa saúde mental, destacando a importância de hábitos alimentares saudáveis desde cedo.


A obesidade e a ansiedade são duas condições que vêm aumentando em todo o mundo, especialmente entre jovens. Embora pareçam problemas diferentes, um ligado ao corpo e o outro à mente, estudos recentes mostram que eles podem estar mais conectados do que se imaginava. 


Alterações na alimentação, especialmente o consumo excessivo de gordura, podem afetar o funcionamento do cérebro e até influenciar nosso estado emocional, aumentando o risco de desenvolver sintomas de ansiedade.


A obesidade é conhecida por aumentar o risco de doenças como diabetes e problemas cardíacos, mas cada vez mais estudos mostram que ela também pode afetar nossa saúde mental. 

Uma nova pesquisa com camundongos trouxe evidências de que uma alimentação rica em gordura pode não só levar ao ganho de peso, mas também influenciar o funcionamento do cérebro e até provocar sintomas de ansiedade. 


Isso acontece, em parte, por alterações em como o cérebro se comunica e pelas mudanças nas bactérias que vivem em nosso intestino, e tudo isso pode estar mais conectado do que imaginávamos.


No estudo, pesquisadores alimentaram um grupo de camundongos jovens com uma dieta gordurosa por várias semanas, enquanto outro grupo recebeu uma alimentação mais equilibrada. Os camundongos que comeram mais gordura engordaram bastante e começaram a apresentar comportamentos associados à ansiedade, como ficar paralisados diante de uma ameaça. 


Além disso, eles mostraram alterações na atividade de uma parte do cérebro chamada hipotálamo, que é responsável por regular funções como o metabolismo e o controle das emoções. 

Outro achado importante foi a diferença nas bactérias intestinais dos camundongos obesos. Todos nós temos trilhões de microrganismos vivendo no nosso intestino, conhecidos como microbiota intestinal, que ajudam na digestão, no sistema imunológico e até influenciam o cérebro. 


No estudo, os camundongos com sobrepeso tinham um microbioma diferente dos animais mais magros, o que pode explicar parte dos efeitos sobre o comportamento.


Embora esses testes tenham sido feitos em camundongos, os cientistas acreditam que os resultados ajudam a entender como a obesidade pode afetar a saúde mental em humanos. A pesquisadora responsável, Desiree Wanders, destacou que isso é especialmente relevante entre os jovens, grupo em que tanto a obesidade quanto a ansiedade vêm crescendo. 

A imagem mostra como o consumo excessivo de gordura pode levar à obesidade e também a alterações no intestino e no cérebro que estão ligadas a sintomas de ansiedade. Durante 15 semanas, os camundongos machos da linhagem C57BL/6J foram alimentados com uma dieta gordurosa. Como resultado, eles ganharam peso e acumularam mais gordura no corpo. Além disso, passaram a demonstrar comportamentos parecidos com os da ansiedade, como o congelamento durante testes de medo, uma reação típica de estresse. Os cientistas também observaram mudanças importantes no cérebro, especialmente no hipotálamo (área que regula funções como fome e emoções), onde houve redução na atividade de dois genes importantes: IRS2 e STAT3. Outro ponto analisado foi o intestino: a dieta rica em gordura alterou a composição das bactérias intestinais, com aumento de certos grupos (como Lachnospiraceae, Kineothrix e Oscillospiraceae) e queda de outros (como Clostridium). Essas mudanças no chamado microbioma intestinal podem influenciar o funcionamento do cérebro e o comportamento. Crédito: Criado com Biorender.


Ela também ressaltou que esses efeitos não são causados apenas por questões sociais ou aparência, mas sim por alterações biológicas reais causadas pelo excesso de gordura e pelas mudanças que isso gera no cérebro e no intestino.


Por fim, os cientistas lembram que a alimentação é um fator importante, mas não o único. Genética, estilo de vida, ambiente e condições sociais também influenciam o risco de desenvolver obesidade e problemas emocionais. 


Os próximos passos da pesquisa serão investigar mais a fundo como essas mudanças acontecem e se é possível revertê-las com perda de peso ou outras intervenções. O objetivo é, no futuro, encontrar formas mais eficazes de prevenir e tratar tanto os problemas físicos quanto os mentais ligados à obesidade, especialmente em crianças e adolescentes.



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