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Mar, Saúde e Vida Longa: Estudo Liga Proximidade Ao Oceano a Maior Expectativa De Vida

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 12 de ago.
  • 4 min de leitura
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Estudos mostram que viver perto da água, como mares, rios ou lagos, pode melhorar a saúde mental, aumentar a prática de exercícios e reduzir o estresse. Isso contribui para uma vida mais longa e saudável. Em áreas urbanas, morar perto do mar está ligado a maior expectativa de vida, enquanto os efeitos de viver perto de rios e lagos variam. O estudo reforça a importância de incluir espaços naturais no planejamento das cidades para promover bem-estar e longevidade.


A expectativa de vida, ou seja, o número médio de anos que uma pessoa vive, é um indicador muito importante do bem-estar das pessoas. Quanto maior for a expectativa de vida, mais tempo as pessoas tendem a viver com saúde e qualidade. Por isso, ela também é usada para medir se os países estão conseguindo garantir vidas saudáveis para suas populações, como prevê um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. 


Muitos fatores influenciam a expectativa de vida: condições ambientais, acesso à saúde, renda, estilo de vida e outros aspectos sociais e econômicos.


Entre todos esses fatores, os ambientes naturais, especialmente os chamados espaços verdes (como parques e florestas) e espaços azuis (como mares, rios, lagos e lagunas), vêm ganhando destaque por seus efeitos positivos na saúde. 

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Os espaços azuis, em particular, estão sendo estudados cada vez mais por seu impacto na saúde física, mental e até ambiental das pessoas. Pesquisas já mostraram que morar perto da água pode reduzir o estresse, melhorar o humor, diminuir a ansiedade e ajudar na recuperação mental, assim como promovem o convívio social e ajudam as pessoas a lidarem melhor com os desafios do dia a dia.


Além dos benefícios para a saúde mental, os espaços azuis também incentivam a prática de atividades físicas, como caminhar, correr, andar de bicicleta ou nadar. Isso contribui para um corpo mais saudável, menor risco de doenças do coração, obesidade e até uma chance menor de morrer por causas variadas. 


Em cidades que reformaram áreas próximas a rios e lagos, por exemplo, observou-se uma queda nas taxas de mortalidade ao longo dos anos. Isso mostra que viver perto da água pode trazer benefícios duradouros para a saúde.

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Esses espaços também ajudam o meio ambiente das cidades. Eles refrescam o ar em dias muito quentes, o que é essencial para idosos e outras pessoas mais vulneráveis ao calor, e ajudam a reduzir a poluição. Curiosamente, até assistir vídeos de paisagens com água, como rios e cachoeiras, pode acalmar a mente e reduzir o estresse, segundo estudos recentes.


Apesar de tantas vantagens já comprovadas, ainda são poucos os estudos que avaliam diretamente se os espaços azuis aumentam a expectativa de vida. E nos Estados Unidos, esse tipo de pesquisa é ainda mais urgente, já que o crescimento da expectativa de vida do país está estagnado ou até diminuindo nos últimos anos. 


Pesquisadores acreditam que isso está ligado, em parte, ao aumento das desigualdades sociais. Por isso, políticas públicas como o programa “Healthy People 2030” buscam soluções para melhorar a saúde e a equidade da população americana.

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Mapa da área de estudo.


O estudo apresentado investigou exatamente isso: a relação entre espaços azuis e expectativa de vida em mais de 66 mil áreas residenciais nos EUA. Ele buscou entender se morar perto de corpos d’água influencia quanto tempo as pessoas vivem, e como essa influência muda em diferentes regiões, como zonas urbanas e rurais, e com diferentes tipos de água, como águas costeiras (próximas ao mar) e águas interiores (rios e lagos, por exemplo).


Os resultados mostraram que viver perto do mar está ligado a uma expectativa de vida mais alta. Já viver perto de águas interiores teve resultados mais variados: em cidades, pode até estar associado a uma expectativa de vida menor, mas em áreas rurais, os efeitos foram positivos. 

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Estrutura conceitual que relaciona a exposição ao espaço azul à expectativa de vida.


A explicação pode estar nas diferenças de ambiente e qualidade de vida dessas regiões. Regiões costeiras tendem a ter clima mais ameno, melhor qualidade do ar, mais opções de lazer e transporte, menos secas e, geralmente, maior renda, tudo isso favorece a saúde e a longevidade.


Essas descobertas ajudam a mostrar como o ambiente em que vivemos influencia nossa saúde e quanto tempo vivemos. Elas também indicam que o planejamento urbano e ambiental pode usar os espaços azuis como aliados para promover uma vida mais longa e saudável para todos, especialmente em comunidades vulneráveis. 


Considerar a presença de rios, lagos e mares nas políticas de saúde pública e no desenho das cidades pode ser um passo importante para alcançar uma sociedade mais equilibrada e com melhor qualidade de vida.



LEIA MAIS:


Unveiling complexity in blue spaces and life expectancy 

Yanni Cao, Ria Martins, and Jianyong Wu

Environmental Research, Volume 281, 15 September 2025, 121981

DOI: 10.1016/j.envres.2025.121981


Abstract: 


Although growing evidence supports the positive impact of blue spaces on human health, research on their association with life expectancy remains limited. This study examines the association between coastal and inland waters and life expectancy across 66,263 census tracts in the United States, incorporating socioeconomic, demographic, and geographic factors through multiple linear and multi-level regression as well as spatial regression models, supplemented by sensitivity analyses. Our findings indicate that proximity to coastal waters is positively associated with life expectancy, whereas proximity to inland waters is negatively associated. We used the mutual information model to identify key factors contributing to these differences. Through a comparative analysis of coastal and inland water environments, we found that longer life expectancy near coastal waters may be linked to more favorable environmental and socioeconomic conditions. These include milder temperatures, better air quality, enhanced recreational opportunities, improved transportation, lower drought susceptibility, and higher income levels. The urban–rural analysis further reveals that proximity to coastal waters is positively associated with life expectancy in both settings, whereas inland waters show differing associations, being negative in urban areas and positive in rural areas. In addition to examining these blue space patterns, this study also considers broader socioeconomic and environmental factors related to life expectancy. These findings highlight the importance of integrating blue spaces and other key environmental and socioeconomic factors into urban planning, residential development, and healthcare environment design to improve life expectancy and health equity.

 
 
 

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