Alimentação Anti-Idade: Descubra Os Alimentos Que Podem Fazer Seu Cérebro Envelhecer Mais Devagar
- Lidi Garcia
- 13 de jun.
- 4 min de leitura

Um estudo mostrou que mudanças no estilo de vida, como uma alimentação saudável, exercícios, sono adequado e meditação, podem “rejuvenescer” nossas células. Usando um teste que mede a idade biológica com base no DNA, os pesquisadores viram que pessoas que seguiram essas mudanças ficaram, em média, 2 anos mais jovens biologicamente. Alimentos como chá verde, frutas vermelhas e cúrcuma parecem ajudar nesse processo.
À medida que as pessoas envelhecem, elas têm mais chances de desenvolver doenças crônicas, como problemas cardíacos, diabetes, câncer e doenças do cérebro, como o Alzheimer. Isso acontece porque o envelhecimento é o principal fator de risco para essas condições.
Por isso, cientistas que estudam o envelhecimento (um campo chamado gerociência) estão tentando entender como o corpo envelhece biologicamente e como podemos interferir nesse processo para prevenir ou atrasar essas doenças.
Com o passar do tempo, as células do corpo vão perdendo suas funções normais. Elas começam a se inflamar mais, produzem menos energia, têm mais dificuldade de lidar com toxinas e danos, e o controle do crescimento celular também se desequilibra.
Esses problemas celulares estão diretamente ligados às doenças crônicas do envelhecimento. Uma parte importante desse processo é como os genes são "ligados ou desligados", algo que acontece por meio da regulação epigenética, ou seja, sem alterar o DNA em si, o corpo muda como ele é usado.

Uma das formas de estudar isso é medindo a chamada idade epigenética, que é diferente da idade que temos no calendário (idade cronológica). A idade epigenética é calculada com base em marcas químicas no DNA chamadas metilações, que mudam com o tempo.
Essas marcas ajudam o corpo a saber quais genes devem ser ativados ou não, e seguem um padrão que pode ser medido com testes específicos. Em 2013, o pesquisador Steve Horvath criou o primeiro "relógio epigenético", um algoritmo que usa esses padrões para estimar a idade biológica de uma pessoa.
Desde então, novos “relógios” mais modernos foram desenvolvidos, que além das marcas no DNA, também consideram outras informações como sinais de inflamação no sangue, histórico de doenças e até hábitos de vida, como tabagismo.
Os relógios mais antigos medem o envelhecimento “interno” das células, enquanto os mais novos tentam prever com mais precisão como esse envelhecimento se reflete no corpo como um todo, por exemplo, no risco de doenças ou de morte precoce.

Um estudo chamado Methylation Diet and Lifestyle testou se uma mudança no estilo de vida poderia influenciar a idade epigenética. Nesse estudo, homens saudáveis de meia-idade participaram de uma intervenção de oito semanas que incluía uma alimentação rica em vegetais, exercícios físicos, sono de qualidade e meditação diária.
A dieta foi cuidadosamente pensada para incluir alimentos que ajudam na regulação epigenética, como fontes de vitaminas e compostos naturais (como os polifenóis). Eles também foram orientados a evitar alimentos inflamatórios ou processados, como açúcar, álcool, laticínios e grãos refinados.
Ao final do estudo, os homens que seguiram a intervenção ficaram, em média, 2 anos mais jovens em termos de idade epigenética. Enquanto isso, os que não seguiram a intervenção apresentaram um aumento leve nessa idade. A diferença entre os dois grupos mostrou que o estilo de vida saudável teve um efeito positivo e estatisticamente significativo no "rejuvenescimento" das células.

No entanto, houve bastante variação individual. Alguns participantes do grupo que fez a intervenção rejuvenesceram quase 9 anos, enquanto outros chegaram a envelhecer cerca de 8 anos. O grupo controle também teve uma variação significativa. Isso mostra que a resposta ao tratamento pode depender de muitos fatores diferentes.
Com base nisso, os cientistas decidiram investigar mais a fundo o que causou essa diferença de resposta entre as pessoas. Eles analisaram o que os participantes comeram, seu peso e outras características, tentando entender quais fatores poderiam explicar por que algumas pessoas rejuvenesceram mais do que outras.
Eles se concentraram especialmente nos chamados metiladaptógenos, alimentos como chá verde, cúrcuma, alho, frutas vermelhas e alecrim, que ajudam diretamente na regulação epigenética.

Os resultados mostraram que o consumo desses alimentos específicos estava ligado a uma maior redução na idade epigenética, mesmo depois de controlar fatores como peso inicial e mudanças no peso durante o estudo. Ou seja, mais do que simplesmente perder peso, os alimentos ricos em compostos que influenciam as marcas do DNA parecem ter tido um papel importante no rejuvenescimento celular.
Além disso, os pesquisadores também estudaram se a diferença entre a idade epigenética e a idade cronológica das pessoas no início do estudo poderia prever como elas responderiam à intervenção.
Isso pode ajudar, futuramente, a personalizar melhor as estratégias de prevenção do envelhecimento com base no perfil de cada pessoa.
Em resumo, esse estudo mostra que hábitos saudáveis podem influenciar diretamente o envelhecimento das células, e que certos alimentos têm potencial para "rejuvenescer" nosso DNA. Embora ainda sejam necessárias mais pesquisas, os dados reforçam a ideia de que o estilo de vida, especialmente a alimentação, pode ter um papel real e mensurável no controle do envelhecimento biológico.
LEIA MAIS:
Dietary associations with reduced epigenetic age: a secondary data analysis of the methylation diet and lifestyle study
Jamie L. Villanueva, Alexandra Adorno Vita, Heather Zwickey, Kara Fitzgerald, Romilly Hodges, Benjamin Zimmerman, and Ryan Bradley
Aging. 17 April 2025, Volume 17, Issue 4 pp 994-1010
DOI: 10.18632/aging.206240
Abstract:
Aging is the primary risk factor for developing non-communicable chronic diseases, necessitating interventions targeting the aging process. Outcome measures of biological aging used in these interventions are mathematical algorithms applied to DNA methylation patterns, known as epigenetic clocks. The Methylation Diet and Lifestyle study was a pilot randomized controlled trial of a diet and lifestyle intervention that utilized epigenetic age as its primary outcome, measured using Horvath’s clock. Significant reductions in epigenetic age post-intervention were observed but with notable variability. This research aimed to identify dietary components associated with epigenetic age change across groups. Contributing factors to variability, such as weight changes and baseline differences in chronological and epigenetic age, were explored. In hierarchical linear regression, foods investigated as polyphenolic modulators of DNA methylation (green tea, oolong tea, turmeric, rosemary, garlic, berries) categorized in the original study as methyl adaptogens showed significant linear associations with epigenetic age change (B = -1.21, CI = [-2.80, -0.08]), after controlling for baseline epigenetic age acceleration and weight changes. Although the intervention group lost significantly more weight than the control group, these changes were not associated with epigenetic age changes in the regression model. These findings suggest that consuming foods categorized as methyl adaptogens may reduce markers of epigenetic aging.



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