Corrida Da Mente: Paradromics Desafia Neuralink Com Implante Cerebral Inovador em Apenas 20 Minutos
- Lidi Garcia
- 4 de jun.
- 2 min de leitura

A empresa Paradromics testou com sucesso, pela primeira vez, um dispositivo cerebral em um ser humano. A tecnologia, chamada Connexus BCI, foi criada para ajudar pessoas com paralisia a se comunicarem usando sinais do cérebro. A cirurgia foi rápida e segura, e marca o início de testes clínicos que podem, no futuro, trazer mais independência para pessoas com deficiências motoras graves.
Nosso cérebro se comunica com o corpo através de sinais elétricos. Algumas tecnologias modernas, chamadas de interfaces cérebro-computador (ou BCI, na sigla em inglês), estão sendo desenvolvidas para captar esses sinais e traduzi-los em comandos para computadores, permitindo que pessoas com limitações físicas, como paralisia, possam se comunicar ou interagir com o mundo digital.
Essas tecnologias vêm sendo testadas por empresas como a Neuralink, de Elon Musk, e agora, mais recentemente, pela startup americana Paradromics.
Em maio de 2025, a Paradromics alcançou um marco importante ao realizar, pela primeira vez, um implante bem-sucedido de seu dispositivo cerebral em um ser humano. A cirurgia aconteceu durante um procedimento de epilepsia previamente agendado na Universidade de Michigan.

A equipe médica conseguiu implantar e depois remover o dispositivo em menos de 20 minutos, usando técnicas cirúrgicas já familiares aos neurocirurgiões. Isso mostra que, além de seguro, o procedimento pode ser integrado à prática médica existente sem grandes mudanças.
O dispositivo testado, chamado Connexus BCI, tem como objetivo principal ajudar pessoas com deficiências motoras severas, como aquelas causadas por esclerose lateral amiotrófica (ELA), AVC ou lesões na medula espinhal, a se comunicarem novamente.

Ele faz isso registrando sinais elétricos diretamente de neurônios individuais no cérebro e, com ajuda de inteligência artificial, transforma esses sinais em ações, como mover um cursor ou formar palavras em uma tela.
Apesar de o Connexus ainda não ter sido aprovado pela agência reguladora americana (FDA), os resultados do primeiro teste em humanos foram promissores.
O dispositivo funcionou como esperado, registrando os sinais cerebrais com alta precisão e sem causar danos. Isso marca a transição da Paradromics de uma empresa em fase experimental para uma que agora pode iniciar estudos clínicos mais amplos com pacientes reais.

A cirurgia foi conduzida pelo Dr. Matthew Willsey, neurocirurgião e engenheiro biomédico, junto com o Dr. Oren Sagher, especialista em epilepsia, e uma equipe multidisciplinar.
Segundo os médicos, além de testar o dispositivo da Paradromics, o procedimento também ajudou a entender melhor como a epilepsia afeta os sinais cerebrais.

Dr. Matthew Willsey (à direita) e Dr. Stephen Ryu, Diretor Médico da Paradromics (à esquerda).
Nos próximos meses, a empresa planeja realizar mais cirurgias semelhantes e iniciar um ensaio clínico formal ainda este ano, para estudar o uso contínuo e a segurança do Connexus BCI em pessoas com grandes desafios de mobilidade.
A empresa também anunciou colaborações internacionais, como com o projeto NEOM da Arábia Saudita, indicando que seus planos vão além dos Estados Unidos.
Essa nova geração de dispositivos cerebrais representa uma esperança concreta para muitas pessoas com dificuldades motoras graves. Embora ainda estejamos nos primeiros passos, os avanços recentes mostram que estamos cada vez mais próximos de transformar essas inovações em soluções clínicas reais.
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By Neetika Walter. Jun 02, 2025
Paradromics
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