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Ultraprocessados Na Mira: Alimentação Ligada a Sintomas Iniciais do Parkinson

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 12 de mai.
  • 3 min de leitura

Um estudo com mais de 42 mil pessoas mostrou que quem consome muitos alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, refrigerantes e comidas prontas, tem maior chance de apresentar sinais iniciais da doença de Parkinson, como prisão de ventre, distúrbios do sono, depressão e dores no corpo. Embora o estudo não comprove que esses alimentos causam a doença, ele sugere que reduzir o consumo pode ajudar a proteger a saúde do cérebro.


A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico que afeta o controle dos movimentos, geralmente se manifestando com tremores, rigidez e lentidão. No entanto, antes desses sintomas motores aparecerem, muitas pessoas experimentam sinais não motores, como distúrbios do sono, prisão de ventre, depressão e perda do olfato, que podem surgir anos antes do diagnóstico oficial. 


Já os alimentos ultraprocessados (AUPs) são produtos industriais com muitos ingredientes artificiais, como corantes, conservantes e adoçantes, e geralmente incluem salgadinhos, refrigerantes, biscoitos recheados e comidas prontas congeladas. Esses alimentos são práticos, mas seu consumo frequente tem sido ligado a vários problemas de saúde.


Este estudo investigou se há uma ligação entre o consumo frequente de alimentos ultraprocessados e sinais iniciais da doença de Parkinson. 

Os pesquisadores acompanharam mais de 42 mil pessoas saudáveis por vários anos, sendo elas 25,095 mulheres (58.6%) e a idade media de  47.8 anos, analisando seus hábitos alimentares e sintomas não motores associados ao Parkinson, como distúrbios do sono, constipação, perda de olfato, sonolência diurna, dor no corpo, dificuldades para enxergar cores e sintomas de depressão.


Os resultados mostraram que quem consumia mais alimentos ultraprocessados tinha uma chance significativamente maior de apresentar três ou mais desses sintomas precoces do Parkinson, em comparação com quem comia menos desses produtos. 


Mesmo quando os pesquisadores analisaram apenas alguns sintomas ou retiraram a constipação da conta, os resultados continuaram apontando uma forte associação com o alto consumo de ultraprocessados.

Além disso, quando cada sintoma foi avaliado individualmente, ainda se notou que pessoas que comiam mais desses alimentos tinham mais distúrbios do sono, prisão de ventre, dores no corpo e sintomas depressivos.


Em resumo, o estudo sugere que uma alimentação rica em produtos ultraprocessados pode estar relacionada ao aparecimento de sinais precoces da doença de Parkinson, mesmo antes dos sintomas motores se manifestarem. 


Embora esses resultados não provem uma relação de causa e efeito, eles indicam que reduzir o consumo desses alimentos pode ser uma estratégia importante para cuidar da saúde do cérebro a longo prazo. Mais pesquisas serão necessárias para confirmar essa ligação e entender se mudar a alimentação pode ajudar a prevenir a progressão da doença.



LEIA MAIS:


Long-Term Consumption of Ultraprocessed Foods and Prodromal Features of Parkinson Disease

Peilu Wang, Xiao Chen, Muzi Na, Mario H. Flores-Torres, Kjetil Bjornevik, Xuehong Zhang, Xiqun Chen, Neha Khandpur, Sinara Laurini Rossato, Fang Fang Zhang, Alberto Ascherio, and Xiang Gao 

Neurology. June 10, 2025 issue 104 (11)


Abstract:


Consumption of ultraprocessed foods (UPFs) has been associated with a higher risk of various chronic diseases, but its relation to prodromal Parkinson disease (PD) remains unclear. We aimed to assess the association between long-term UPF consumption and nonmotor features suggestive of prodromal PD. This longitudinal analysis included participants without a history of PD from the Nurses' Health Study and Health Professionals Follow-Up Study. UPF consumption was assessed using repeated food frequency questionnaires (1984–2006) and grouped based on Nova classification. Participants provided data on probable REM sleep behavior disorder (pRBD) and constipation in 2012. Between 2014 and 2015, a subset of participants provided data on 5 additional nonmotor features, including hyposmia, impaired color vision, excessive daytime sleepiness, body pain, and depressive symptoms. The primary outcome was the combination of all 7 prodromal features and further categorized as 0 (reference), 1, 2, and ≥3 features. The secondary outcomes were all features except constipation, a combination of 3 commonly recognized features (constipation, pRBD, and hyposmia), and individual features. Multinomial logistic regression was used to estimate the association of UPF consumption with the combination of prodromal features. The association between UPF consumption and each individual feature was further examined using logistic regression. The study analyzed 42,853 participants (25,095 women [58.6%]; mean [SD] age, 47.8 [5.2] years). Comparing extreme quintiles of UPF consumption, the multivariable-adjusted odds ratio (OR) for having ≥3 vs 0 prodromal features was 2.47 (95% CI 1.89–3.23, ptrend < 0.0001) for cumulative average intake and 1.50 (95% CI 1.18–1.89, ptrend = 0.0009) for baseline intake. Similar results were observed for combinations of all features except constipation (OR 2.00, 95% CI 1.29–3.11, ptrend < 0.0001) and combinations of 3 features (OR 2.47, 95% CI 1.41–4.34, ptrend = 0.008). In addition, higher UPF consumption was associated with increased odds of individual prodromal features, including pRBD, constipation, body pain, and depressive symptoms.

Long-term UPF consumption was positively associated with nonmotor prodromal PD features. More studies are warranted to confirm whether lowering UPF consumption may prevent the occurrence of nonmotor symptoms that often precede PD diagnosis.

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