Nozes e Cérebro: O Superalimento Matinal Para Uma Mente Mais Afiada
- Lidi Garcia
- 21 de mar.
- 4 min de leitura

Comer nozes pode fazer bem para o cérebro, ajudando na memória, concentração e rapidez de pensamento. Isso acontece porque elas têm nutrientes que protegem as células cerebrais. Um estudo mostrou que um café da manhã com nozes ajudou na rapidez de resposta em tarefas ao longo do dia, mas os efeitos na memória variaram. Ainda são necessárias mais pesquisas para entender melhor esses benefícios.
A alimentação desempenha um papel fundamental na saúde do cérebro, influenciando diretamente a memória, o raciocínio e outras funções cognitivas.
Entre os alimentos mais estudados nesse contexto estão as nozes, que têm demonstrado benefícios potenciais para o cérebro devido à sua composição nutricional rica em gorduras saudáveis, proteínas, flavonoides e outros compostos bioativos.
Pesquisas epidemiológicas sugerem que o consumo regular de nozes pode estar associado a um melhor desempenho cognitivo ao longo da vida, incluindo memória aprimorada e maior velocidade de processamento mental.
Estudos com grupos populacionais mostraram que adultos de meia-idade e idosos que consomem nozes regularmente apresentam melhores funções cognitivas em comparação com aqueles que não as consomem.

Além das pesquisas com populações, estudos em animais também indicam que a ingestão de nozes pode melhorar habilidades cognitivas, como a memória de trabalho e o aprendizado espacial. Esses resultados incentivaram a realização de ensaios clínicos para testar se os benefícios observados em roedores também se aplicam a humanos.
Alguns desses estudos mostraram que consumir nozes diariamente por algumas semanas pode melhorar o aprendizado, a memória e até reduzir o estresse acadêmico em jovens adultos. No entanto, os resultados nem sempre são consistentes, sugerindo que fatores como idade, quantidade ingerida e duração do consumo podem influenciar os efeitos cognitivos.
As nozes parecem beneficiar o cérebro por meio de diversos mecanismos. Elas contêm ácidos graxos ômega-3, que desempenham um papel essencial na comunicação entre os neurônios e na redução de inflamações. Também são ricas em flavonoides, compostos antioxidantes que ajudam a proteger as células cerebrais contra danos.
Além disso, há indícios de que o consumo regular de nozes pode aumentar os níveis de BDNF, uma proteína que promove o crescimento e a sobrevivência dos neurônios.

Outros estudos sugerem que as nozes podem melhorar a circulação sanguínea no cérebro, reduzir o colesterol ruim e equilibrar os níveis de glicose no sangue, fatores que contribuem para a saúde mental e cognitiva.
Embora os benefícios a longo prazo do consumo de nozes sejam amplamente estudados, há menos pesquisas sobre seus efeitos imediatos após a ingestão.
Para preencher essa lacuna, pesquisadores da University of Reading, UK, realizaram um estudo com 32 jovens adultos saudáveis, testando os efeitos cognitivos e emocionais do consumo de um café da manhã rico em nozes.
Durante o experimento, os participantes foram avaliados em diversas tarefas cognitivas e tiveram amostras de sangue e leituras de eletroencefalograma (EEG) coletadas em diferentes momentos do dia.
Os resultados mostraram que aqueles que comeram nozes tiveram tempos de reação mais rápidos ao longo do dia em tarefas de raciocínio e controle mental. No entanto, houve um desempenho inicial pior na recuperação de memória, que foi revertido após algumas horas, com os consumidores de nozes superando o grupo de controle.

Os dados também indicaram que o consumo de nozes pode influenciar os níveis de glicose no sangue e a atividade cerebral, sugerindo um possível impacto no esforço cognitivo e na atenção.
No entanto, os efeitos sobre o humor foram mistos, com algumas pessoas relatando uma leve piora no bem-estar emocional, possivelmente devido a uma aversão ao sabor ou textura das nozes.
Apesar desses achados promissores, mais pesquisas são necessárias para entender completamente como as nozes afetam a cognição, tanto imediatamente após o consumo quanto a longo prazo.
Estudos futuros podem explorar diferentes quantidades, durações e combinações alimentares para maximizar os potenciais benefícios das nozes para o cérebro humano.
LEIA MAIS:
The impact of a walnut-rich breakfast on cognitive performance and brain activity throughout the day in healthy young adults: a crossover intervention trial
L. Bell, G. F. Dodd, M. Jeavons, D. R. Fisher, A. R. Whyte, B. Shukitt-Hale and C. M. Williams, 3 Food & Function, 2025,16, 1696-1707
DOI: 10.1039/D4FO04832F
Abstract:
A healthy diet is essential for optimal brain health and many bioactives from food are linked to cognitive benefits. To examine whether walnuts led to cognitive improvements throughout the day, 32 healthy young adults, aged 18–30, were tested in a double-blind, crossover pilot study, to compare the effects of a breakfast containing 50 g walnuts with a calorie-matched control containing no nuts. Cognition, mood, blood, and EEG measures were recorded at baseline and 2, 4, and 6 hours postprandially. Mood ratings for negative affect appeared worse following walnuts compared to control, possibly due to a general dislike of the intervention. However, walnuts elicited faster reaction times throughout the day on executive function tasks. Memory recall performance at 2 hours was worse for walnuts compared to control, but by 6 hours this finding was reversed with walnuts outperforming the control. EEG PSD analysis revealed differences in frontoparietal activity in the walnut condition compared to the control condition during memory recall and during executive function performance. These results may reflect between-treatment differences in cognitive effort or attentional processes while performing the tasks. Blood analysis revealed lower circulating non-esterified fatty acids and small increases in glucose availability following consumption of walnuts compared to control, suggesting enhanced glucose availability as one possible mechanism of action. Further investigations of other potential mechanisms are needed. Overall, these findings provide evidence for reaction time benefits throughout the day following a walnut-rich breakfast, while memory findings were mixed with benefits only observed later in the day. However, more research is needed into how diets containing walnuts might regulate cognitive improvements in humans postprandially and over the longer term.
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