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Novo Estudo Reforça Que Antidepressivos Tratam Ansiedade, Mas Por Quanto Tempo?

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 25 de mar.
  • 4 min de leitura

Esses estudos compararam diferentes antidepressivos ao placebo, avaliando sua eficácia na redução da ansiedade, a tolerabilidade dos pacientes e os efeitos adversos a longo prazo. Os resultados mostraram que, embora os antidepressivos proporcionem uma melhora significativa dos sintomas em relação ao placebo, a taxa de abandono do tratamento foi maior entre os usuários desses medicamentos devido a efeitos colaterais, como náusea, tontura, sonolência, boca seca, sudorese excessiva e disfunção sexual.


O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é uma condição mental caracterizada por preocupação excessiva e persistente sobre diversas situações do dia a dia, mesmo quando não há um motivo real para tanto. 


Pessoas com transtorno de ansiedade generalizada sentem um estado constante de apreensão e medo, o que pode afetar seu bem-estar emocional e físico. Esse transtorno é bastante comum e afeta aproximadamente o dobro de mulheres em relação aos homens. Os principais sintomas incluem inquietação, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e problemas de sono.


O tratamento do transtorno de ansiedade generalizada envolve tanto abordagens psicológicas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), quanto o uso de medicamentos.


Entre os fármacos mais utilizados estão os antidepressivos, especialmente os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) e os inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (IRSN).  Esses medicamentos atuam aumentando os níveis de neurotransmissores no cérebro, ajudando a regular o humor e reduzir os sintomas da ansiedade. 

Muitos estudos já mostraram que os antidepressivos são mais eficazes do que o placebo no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada, mas novas pesquisas continuam a ser feitas para entender melhor seus efeitos e impactos na qualidade de vida dos pacientes.


Para obter uma visão mais completa sobre a eficácia dos antidepressivos no transtorno de ansiedade generalizada, pesquisadores realizaram uma revisão sistemática e meta-análise de 37 estudos clínicos randomizados, totalizando mais de 12.000 participantes adultos diagnosticados com o transtorno. 


Esses estudos compararam diferentes tipos de antidepressivos ao placebo, analisando sua eficácia na redução dos sintomas, a tolerabilidade dos pacientes aos medicamentos e os possíveis efeitos adversos. A duração do tratamento variou de quatro a 28 semanas.

Os resultados mostraram que os antidepressivos proporcionam uma melhora significativa dos sintomas de ansiedade em relação ao placebo. A eficácia foi medida pela Escala de Avaliação de Ansiedade de Hamilton (HAM-A), e os dados indicaram que os pacientes que tomaram antidepressivos tiveram uma chance 41% maior de apresentar uma redução de pelo menos 50% nos sintomas em comparação com aqueles que usaram placebo. 


Isso significa que, para cada sete pacientes tratados com antidepressivos, um apresentará uma melhora significativa que não ocorreria apenas com o placebo.


No entanto, os antidepressivos também apresentaram alguns desafios. Embora sua taxa de aceitação tenha sido semelhante à do placebo (ou seja, os pacientes não desistiram do tratamento com mais frequência por acharem os remédios ineficazes), eles tiveram mais efeitos colaterais. 


A taxa de abandono do tratamento devido a reações adversas foi maior entre aqueles que usaram antidepressivos em comparação aos que tomaram placebo. Os principais efeitos colaterais relatados incluíram náusea, tontura, sonolência, boca seca, sudorese excessiva e disfunção sexual.

Os pesquisadores concluíram que os antidepressivos são eficazes para o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada, mas ressaltam que os efeitos colaterais podem ser um fator importante a ser considerado pelos médicos e pacientes na escolha do tratamento mais adequado.  


Além disso, a revisão apontou que a maioria dos estudos foi realizada com pessoas sem comorbidades médicas graves, deixando uma lacuna no entendimento de como esses medicamentos podem agir em indivíduos que também sofrem de outros transtornos psiquiátricos ou físicos.


Diante disso, os cientistas sugerem que pesquisas futuras explorem melhor a eficácia dos antidepressivos em populações mais diversas, incluindo pessoas com outros transtornos associados ao transtorno de ansiedade generalizada.


Além disso, estudos mais detalhados sobre os mecanismos desses medicamentos e suas variações entre diferentes grupos de pacientes podem ajudar a desenvolver tratamentos mais personalizados e eficazes para esse transtorno de ansiedade.



LEIA MAIS:


Antidepressants versus placebo for generalised anxiety disorder (GAD) 

Katarina Kopcalic, Justin Arcaro, Antonio Pinto, Shehzad Ali, Corrado Barbui, Chiara Curatoli, Janet Martin and Giuseppe Guaiana

Cochrane Database of Systematic Reviews. 30 January 2025

DOI: 10.1002/14651858.CD012942.pub2


Abstract: 


Generalised anxiety disorder (GAD) is a mental health condition characterised by excessive anxiety and worry about everyday events. GAD is a common disorder and generally affects women twice as often as men. Treatments include various psychological and pharmacological therapies. Only one systematic review and meta‐analysis comparing all antidepressants to placebo has been done in the past. The studies included adults with moderate‐severe GAD and without any serious medical comorbidities. Few studies included participants with secondary psychiatric comorbidities. The double‐blind treatment duration ranged from four weeks to 28 weeks. Antidepressants have a benefit over placebo on rate of treatment response measured as a reduction of at least 50% on the Hamilton Anxiety Rating Scale (HAM‐A) (risk ratio (RR) 1.41, 95% confidence interval (CI) 1.29 to 1.55; 20 studies, 7267 participants; high‐certainty evidence). The magnitude of effect corresponds to a number needed to treat for an additional beneficial outcome (NNTB) of 7 (95% CI 5 to 9). Antidepressants have no difference in acceptability compared to placebo, measured as the number of participants who dropped out during the trial as a proportion of the total number of randomised participants (RR 1.03, 95% CI 0.93 to 1.14; 33 studies, 11,294 participants; high‐certainty evidence). Fewer participants dropped out due to a lack of efficacy in the antidepressant group compared to the placebo group (RR 0.41, 95% CI 0.33 to 0.50; 29 studies, 11,007 participants; high‐certainty evidence) with an NNTB of 27 (95% CI 24 to 32), and more participants dropped out due to adverse effects in the antidepressant group compared to placebo (RR 2.18, 95% CI 1.81 to 2.61; 32 studies, 11,793 participants; high‐certainty evidence) with a number needed to treat for an additional harmful outcome (NNTH) of 17 (95% CI 13 to 112). We observed similar findings when classes of antidepressants were compared with placebo. The certainty of the evidence for the analyses comparing different classes of antidepressants to placebo was high.

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