top of page

Nova Vacina Promissora Pode Atacar Todos os Tipos De Câncer Sólido

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 26 de mar.
  • 3 min de leitura

Cientistas desenvolveram uma vacina inovadora contra o câncer que treina o sistema imunológico para reconhecer e atacar tumores já existentes. A tecnologia modifica proteínas do câncer para torná-las mais visíveis às células de defesa e as direciona aos gânglios linfáticos, onde a resposta imunológica é ativada. Em testes com animais, a vacina reduziu o crescimento tumoral e evitou sua disseminação, trazendo esperança para tratamentos mais eficazes.


Ao contrário das vacinas tradicionais, que previnem doenças causadas por vírus ou bactérias, as vacinas contra o câncer são projetadas para tratar uma doença já existente. Em vez de prevenir infecções, elas estimulam o sistema imunológico a reconhecer e atacar as células cancerígenas. 


Algumas vacinas preventivas contra o câncer existem, mas geralmente focam em vírus ligados a certos tipos de câncer, como o HPV, que está associado ao câncer cervical.


O segredo para aumentar a eficácia dessa nova vacina contra o câncer está em como ela direciona proteínas derivadas dos tumores para áreas do corpo onde o sistema imunológico pode reconhecê-las de forma mais eficiente.  

Imagine que cada proteína tumoral precisa ser apresentada ao sistema imunológico, como se estivesse passando por uma "fila policial", onde os guardas decidem se ela é um suspeito a ser investigado. No entanto, esse processo de “apresentação” das proteínas tumorais pelas células do sistema imunológico costuma ser ineficiente.


Para melhorar esse processo, a equipe de pesquisa da Tufts University, USA, criou um método em dois estágios. Primeiro, eles modificaram a mistura de proteínas tumorais com uma molécula chamada AHPC. 


Essa molécula atrai uma enzima que adiciona uma etiqueta chamada ubiquitina às proteínas. A ubiquitina funciona como um sinal para que a célula processe e quebre essas proteínas em pedaços menores, facilitando sua apresentação ao sistema imunológico.


Em seguida, os pesquisadores colocaram essas proteínas modificadas em pequenas bolhas de gordura, chamadas nanopartículas lipídicas, que são projetadas para viajar até os gânglios linfáticos, onde muitas células que "apresentam" antígenos estão localizadas. 


Ao chegar lá, essas células processam os fragmentos das proteínas tumorais e os exibem ao sistema imunológico, despertando uma forte resposta das células T citotóxicas, que são as responsáveis por atacar e destruir as células cancerígenas. 

A vacina contra o câncer tem como alvo o sistema linfático e aumenta sua capacidade de recrutar células T para eliminar tumores. Aqui, três células T (azul) são mostradas atacando e quebrando uma célula cancerosa. Crédito: Yu Zhao


Testada em modelos animais de melanoma, câncer de mama triplo-negativo, carcinoma de pulmão de Lewis e câncer de ovário inoperável, a vacina provocou uma forte resposta das células T citotóxicas, que atacam os tumores em crescimento, suprimindo o crescimento e a metástase.


Essa nova abordagem para vacinas contra o câncer representa um avanço promissor na imunoterapia, ao tornar o sistema imunológico mais eficiente no reconhecimento e ataque às células tumorais.


Ao direcionar proteínas tumorais para apresentação de forma mais eficaz, a estratégia mostrou resultados positivos na redução do crescimento do câncer e na prevenção da metástase em testes com animais. 


Esses achados sugerem que, no futuro, essa tecnologia pode ser combinada com outras terapias para aumentar ainda mais a eficácia do tratamento contra diversos tipos de câncer, oferecendo novas esperanças para pacientes e avanços na luta contra a doença.



LEIA MAIS:


Antitumour vaccination via the targeted proteolysis of antigens isolated from tumour lysates

Yu Zhao, Donghui Song, Zeyu Wang, Qingqing Huang, Fan Huang, Zhongfeng Ye, Douglas Wich, Mengting Chen, Jennifer Khirallah, Shuliang Gao, Yang Liu and Qiaobing Xu

Nature Biomedical Engineering, volume 9, pages 234–248 (2025)

DOI: 10.1038/s41551-024-01285-5


Abstract: 


The activation of cytotoxic T cells against tumour cells typically requires the cross-presentation, by antigen-presenting cells (and via major histocompatibility complex class I molecules), of an epitope derived from a tumour antigen. A critical step in antigen processing is the proteolysis of tumour antigens mediated by the ubiquitin–proteasome pathway. Here we describe a tumour vaccine leveraging targeted antigen degradation to augment antigen processing and cross-presentation. Analogous to proteolysis-targeting chimaeras, the vaccine consists of lymph-node-targeting lipid nanoparticles encapsulated with tumour antigens pre-conjugated with ligands that can bind to E3 ubiquitin ligases. In mice with subcutaneous human melanoma or triple-negative breast cancer, or with orthotopic mouse Lewis lung carcinoma or clinically inoperable mouse ovarian cancer, subcutaneously delivered vaccines prepared using tumour lysate proteins elicited antigen-specific adaptive immunity and immunological memory, and inhibited tumour growth, metastasis and recurrence, particularly when combined with immune checkpoint inhibition.

Comments


© 2020-2025 by Lidiane Garcia

bottom of page