top of page

Nova Descoberta Liga TDAH ao Aumento do Risco de Demência

  • Foto do escritor: Lidi Garcia
    Lidi Garcia
  • 28 de mar.
  • 4 min de leitura

Pesquisadores descobriram que adultos com TDAH apresentam níveis elevados de ferro em uma região específica do cérebro, o que pode estar ligado a danos nos neurônios. Esse acúmulo de ferro já foi associado a doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, sugerindo que o TDAH na vida adulta pode aumentar o risco de demência no futuro. Mais estudos são necessários para entender melhor essa relação.


O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurodesenvolvimental caracterizada por dificuldades em manter a atenção, impulsividade e hiperatividade. 


O desenvolvimento do TDAH é influenciado por uma interação complexa de fatores genéticos e ambientais. Não há um único teste para diagnosticar o TDAH, e o diagnóstico pode ser feito tanto em jovens quanto em adultos com base na presença da síndrome comportamental característica.


O TDAH em adultos é frequentemente associado a uma prevalência aumentada de fatores de risco cardiovascular, como tabagismo, obesidade, diabetes e perfis lipídicos alterados, todos bem estabelecidos fatores de risco para declínio cognitivo relacionado à idade.


Embora seja frequentemente diagnosticado na infância, ele pode persistir na vida adulta. Estudos recentes indicam que adultos com TDAH podem ter um risco maior de desenvolver demência e Alzheimer na velhice, mas os motivos para essa associação ainda não são totalmente compreendidos.

Uma das hipóteses para essa ligação envolve o acúmulo de ferro no cérebro. O ferro é essencial para diversas funções cerebrais, mas seu excesso pode ser prejudicial, contribuindo para o envelhecimento cerebral e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. 


Estudos anteriores mostraram que o ferro cerebral tende a aumentar com a idade e pode afetar a cognição. No entanto, pouco se sabe sobre como ele se comporta em adultos com TDAH.


Para investigar essa questão, os pesquisadores analisaram o cérebro de 32 adultos com TDAH e 29 adultos saudáveis (grupo controle) usando um exame de ressonância magnética especializado chamado mapeamento quantitativo de suscetibilidade (QSM). Essa técnica permite medir a quantidade de ferro presente em diferentes regiões cerebrais.


Além disso, os pesquisadores da University of Geneva (UniGE), Geneva, avaliaram os níveis de uma proteína chamada neurofilamento de cadeia leve (NfL) no sangue. Essa proteína é um biomarcador de danos nos neurônios e pode indicar se há alguma degeneração no sistema nervoso.


Níveis elevados de NfL já foram observados em pessoas com Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.

Os participantes também passaram por testes padronizados para avaliar suas funções cognitivas e foram analisados fatores do estilo de vida, como tabagismo, obesidade e diabetes, que são conhecidos por afetar o risco de demência.


Os resultados mostraram que os adultos com TDAH tinham maiores níveis de ferro no córtex pré-central direito, uma região do cérebro envolvida no controle motor e na regulação da atenção. Essa diferença foi estatisticamente significativa quando comparada aos participantes saudáveis.


Além disso, os pesquisadores observaram que quanto maior a quantidade de ferro nessa região do cérebro, maiores eram os níveis da proteína NfL no sangue, sugerindo um possível dano neuronal associado ao excesso de ferro.

Esses achados sugerem que adultos com TDAH podem ter uma distribuição alterada de ferro no cérebro, o que pode estar relacionado a danos neuroaxonais (lesões nos neurônios).


Como o acúmulo de ferro já foi associado ao desenvolvimento de doenças como Alzheimer e Parkinson, esses resultados levantam a possibilidade de que o TDAH na vida adulta possa aumentar o risco de problemas neurodegenerativos no futuro.


Os pesquisadores destacam que este estudo teve um número relativamente pequeno de participantes e que mais pesquisas são necessárias para confirmar esses achados.


Estudos futuros devem investigar se essas alterações cerebrais observadas em adultos com TDAH estão diretamente ligadas a um risco maior de demência e se intervenções médicas ou mudanças no estilo de vida podem reduzir esse risco.



LEIA MAIS:


Brain iron load and neuroaxonal vulnerability in adult attention-deficit hyperactivity disorder

Jatta Berberat, Sonja M Kagerer, Claudia Späni,  Jun Hua, Francesco Bavato, Philipp Gruber, Peter CM van Zijl, Nader Perroud, Xu Li, Philipp Stämpfli, Erich Seifritz, Karl-Olof Lövblad, Boris B Quednow, and Paul G Unschuld

Psychiatry and Clinical Neurosciences. 27 February 2025


Abstract: 


Adult attention deficit hyperactivity disorder (ADHD) may be associated with an increased risk of dementia in old age. Here, we investigated the liability for neurodegenerative brain disease in adult ADHD, possibly reflected by increased brain iron content and associated neuroaxonal vulnerability.

Thirty-two adults with ADHD (35 ± 10 years) and 29 age- and sex-matched controls (32 ± 12 years) underwent magnetic resonance imaging (MRI), standardized psychometric testing and assessment of lifestyle factors. Quantitative susceptibility mapping (QSM) was used to assess magnetic abnormalities indicating local alterations of iron deposition in the brain. By calculating QSM-maps, local iron deposition was tested for statistically significant differences between ADHD and healthy controls. Plasma neurofilament light chain (NfL) levels were measured as an indicator of neuroaxonal integrity by using a fourth-generation ELLA immunoassay.

Brain iron content differed in persons with ADHD, with strongest effects observable in the right precentral cortex (healthy controls: 0.0033 ± 0.0017ppm; ADHD: 0.0048 ± 0.0016ppm; t(59) = 3.56, P < 0.001). Moreover, right precentral cortex iron in persons with ADHD was associated with increased blood NfL levels (F(1.57) = 13.2, P = 0.001, r2 = 0.19). Our results indicate altered regional iron content in the brains of adults with ADHD. The observed association between increased precentral magnetic susceptibility and increased NfL suggests a connection between local excess of brain iron and neuroaxonal damage in ADHD. Given the limited sample size of the current study and the naturalistic medication plan, further longitudinal studies are needed to establish whether altered brain iron distribution in adults with ADHD may be associated with an increased risk of dementia at old age.

コメント


© 2020-2025 by Lidiane Garcia

bottom of page