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Os bastidores da ansiedade: Mais de uma centena de genes identificados!


Resumo:

Após analisar dados de mais de 1 milhão de participantes, os pesquisadores identificaram mais de 100 genes associados à ansiedade. Esses genes não só contribuem para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade, mas também estão ligados a outras condições de saúde mental e física, como depressão e transtornos gastrointestinais.


Os transtornos de ansiedade e seus sintomas são problemas de saúde mental que afetam muitas pessoas em todo o mundo, prejudicando não apenas a saúde emocional, mas também a qualidade de vida. Esses transtornos podem gerar uma série de dificuldades, como medo constante, preocupações excessivas e tensão que dificultam a realização de atividades diárias normais.


Quando alguém sofre de ansiedade, sua capacidade de trabalhar, manter relacionamentos saudáveis ou até mesmo aproveitar momentos de lazer pode ser seriamente afetada.


A ansiedade pode se manifestar de diferentes formas, desde ataques de pânico, onde a pessoa sente uma intensa sensação de medo e desconforto físico, até preocupações persistentes que consomem seus pensamentos. Esses sintomas variam muito de uma pessoa para outra, o que torna o tratamento mais desafiador.


Nos últimos anos, cientistas têm estudado como os genes podem influenciar o risco de uma pessoa desenvolver ansiedade. Isso significa que a genética — o conjunto de informações que herdamos dos nossos pais — pode desempenhar um papel importante na determinação de quem é mais vulnerável a esse tipo de problema, alem de desenvolver tratamentos que levam em consideração as características individuais de cada paciente.


Ao entender melhor quais fatores genéticos aumentam as chances de alguém ter ansiedade, médicos e pesquisadores podem desenvolver tratamentos mais direcionados e eficazes.

Pesquisadores do Departamento de Psiquiatria de Yale investigaram os perfis genéticos de mais de 1,2 milhão de participantes, incluindo 97.383 casos, para investigar a genética dos transtornos de ansiedade em cinco grupos continentais, os resultados foram publicados na Nature Genetics.


Por meio de estudos de associação genômica de ancestralidade específica e cruzada, identificaram 51 loci associados à ansiedade, 39 dos quais eram novos. Além disso, pontuações de risco poligênicas derivadas de indivíduos de ascendência europeia foram associadas à ansiedade em grupos africanos, americanos mestiços e do leste asiático.


A herdabilidade da ansiedade foi enriquecida para genes expressos no sistema límbico, córtex cerebral, cerebelo, metencéfalo, córtex entorrinal e tronco cerebral.  


Análises em todo o transcriptoma e em todo o proteoma destacaram 115 genes associados à ansiedade por meio da regulação específica do cérebro e entre tecidos. A ansiedade também mostrou correlações genéticas globais e locais com depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar e pleiotropia generalizada com vários domínios de saúde física.


No geral, este estudo expande nosso conhecimento sobre o risco genético e a patogênese dos transtornos de ansiedade, destacando a importância de investigar populações diversas e integrar informações multiômicas.


"Este esforço destaca o poder de estudos genéticos em larga escala para dissecar a patogênese complexa da ansiedade, demonstrando como vários genes que atuam em diferentes funções cerebrais contribuem para definir o risco genético individual", disse Renato Polimanti, Ph.D., professor associado de psiquiatria na Escola de Medicina de Yale e autor sênior do estudo.


Essas descobertas abrem novas possibilidades para entender a base molecular da psicopatologia e avaliar os mecanismos responsáveis ​​pela comorbidade entre ansiedade e outros resultados negativos para a saúde. Eles também observaram que alguns genes associados à ansiedade também podem predispor a outras doenças mentais, incluindo depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar.


Em linha com a comorbidade da ansiedade com a saúde física, o estudo também demonstrou que o risco genético da ansiedade também está correlacionado com condições não psiquiátricas. Em particular, a evidência mais forte foi observada com transtornos gastrointestinais e resultados relacionados à dor. 


"Estudando transtornos de ansiedade em cinco diferentes ancestralidades pela primeira vez, fomos capazes de descobrir a arquitetura genética dos transtornos de ansiedade com mais poder para associação genética", disse Eleni Friligkou, MD, um dos autores do estudo.


No geral, este estudo expande nosso conhecimento sobre o risco genético e a patogênese dos transtornos de ansiedade, destacando a importância de investigar populações diversas e integrar informações multiômicas.



LEIA MAIS:


Gene discovery and biological insights into anxiety disorders from a large-scale multi-ancestry genome-wide association study

Friligkou, E., Løkhammer, S., Cabrera-Mendoza, B. et al.


Abstract:


We leveraged information from more than 1.2 million participants, including 97,383 cases, to investigate the genetics of anxiety disorders across five continental groups. Through ancestry-specific and cross-ancestry genome-wide association studies, we identified 51 anxiety-associated loci, 39 of which were novel. In addition, polygenic risk scores derived from individuals of European descent were associated with anxiety in African, admixed American and East Asian groups. The heritability of anxiety was enriched for genes expressed in the limbic system, cerebral cortex, cerebellum, metencephalon, entorhinal cortex and brain stem. Transcriptome-wide and proteome-wide analyses highlighted 115 genes associated with anxiety through brain-specific and cross-tissue regulation. Anxiety also showed global and local genetic correlations with depression, schizophrenia and bipolar disorder and widespread pleiotropy with several physical health domains. Overall, this study expands our knowledge regarding the genetic risk and pathogenesis of anxiety disorders, highlighting the importance of investigating diverse populations and integrating multi-omics information.

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